Atrás da capital, Pontal, Bebedouro, Pitangueiras e Franca são as que mais geraram empregos em abril em SP
18/05/2017
Safras da laranja e da cana-de-açúcar impulsionaram contratações na indústria e no campo. Apesar do resultado positivo, número de vagas abertas em Pontal foi 25% menor do que em 2016
trás apenas da capital paulista, Pontal (SP), Bebedouro (SP), Pitangueiras (SP) e Franca (SP) são as cidades que mais geraram empregos em São Paulo no mês passado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O sociólogo e diretor do Departamento de Desenvolvimento Econômico de Bebedouro, Lucas Gibin Seren, explica que o resultado se deve às safras da cana-de-açúcar e da laranja, culturas de destaque na região e que impulsionaram as contratações no campo e na indústria.
Com quatro usinas de açúcar e etanol, Pontal encerrou abril com saldo de 1.409 contratações. Apesar de ocupar o segundo lugar no ranking estadual, a cidade registra queda de 25% na geração de vagas em comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado se deve à redução das contratações na própria indústria – o número de vagas passou de 1.204 para 1.015 –, na agropecuária – o saldo caiu de 142 para 67 – e no setor de serviços – foram 289 empregos criados, contra 572 em abril do ano passado.

Início da safra de cana-de-açúcar motivou contratações em Pitangueiras e Pontal (Foto: Reprodução/EPTV)
Laranja e cana-de-açúcar
Em Bebedouro, por outro lado, a geração de trabalho em abril foi quase seis vezes maior do que no mesmo mês do ano passado: 1.345 contratações, contra 229. A agropecuária foi o setor que mais contribuiu para o resultado, com saldo de 1.486 novas vagas.
Isso se deve à safra da laranja, que está começando e deve ser 50% maior do que a anterior, segundo estimativa do Fundo de Defesa da Citricultura, grupo formado por produtores e indústrias de suco. A expectativa é que o setor produza 364 milhões de caixas da fruta.
“Apesar de Bebedouro já despontar como polo da microrregião, prestando serviços, as faculdades crescendo, o agronegócio ainda é o carro-chefe e, dentro desse setor, mesmo a cana sendo muito forte em toda a região, a laranja ainda prevalece na cidade”, diz Seren.
Atualmente, a cidade conta com uma multinacional, a Louis Dreyfus Company, além de lavouras e escritório do grupo Cutrale, uma indústria de médio porte e pequenos fabricantes, que se destacam na venda direcionada ao consumidor final.

Beneficiamento de laranja em Bebedouro, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Município vizinho, Pitangueiras também contratou mais do que em abril do ano passado: 893, contra 767 – alta de 16,4%. O resultado é atribuído às três usinas de açúcar e etanol instaladas na cidade, que já trabalham a todo vapor.
Segundo dados do Caged, o saldo de contratações na indústria foi de 825, enquanto no mesmo mês do ano passado haviam sido 740, o que representa crescimento de 11%. Já a agropecuária fechou abril com saldo de 94 vagas abertas, contra 50 no mesmo período de 2016.
“Toda usina tem, na verdade, dois CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica], porque é a indústria e a parte de campo, que planta e colhe. São dois negócios, que pertencem ao mesmo grupo, mas é outra empresa, que cuida da lavoura e contrata também”, explica o sociólogo.

Fábrica de calçados em Franca, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Indústria calçadista
Franca voltou a se destacar no levantamento do Caged. Os dados já apontavam que a cidade foi a que mais gerou empregos formais no primeiro trimestre de 2017 em todo o país. Em abril, o saldo foi de 794 vagas abertas, alta de 18,3% em relação ao mesmo mês em 2016.
Entre os setores que se destacaram estão o comércio, que recuperou o fechamento de 113 postos de trabalho e ainda gerou outros 29, e a construção civil, cujo saldo de vagas saltou de 46 para 85, o que significa um crescimento de 84%.
“Como não tivemos um desemprego acentuado no ano passado, ao contrário, a situação foi um pouco menos dolorosa do que em outras cidades, essa recuperação se reflete no comércio, que volta a contratar. Então, está havendo uma recuperação da economia. Lenta, mas ocorre”, afirma o economista Hélio Braga Filho.
Fortalecida e otimista com o resultado da Couromoda 2017, que aconteceu em janeiro, em São Paulo, a indústria calçadista continua contratando. Em abril, o setor foi responsável pelo saldo de 598 novas vagas na cidade, 72 a mais do que no ano passado.
“Acredita-se que haverá a retomada da economia, mas ainda não surpreendente. O que vem por aí é melhor do que os últimos dois anos. Já há uma sinalização de que o primeiro trimestre foi diferente, apesar da base de comparação ser muito fraca, mas é um sinal de que a economia caminha em uma direção diferente”, afirma o economista.
Fonte: Portal G1